terça-feira, 8 de setembro de 2009

Da maledicência.

Como no futebol, é à noite que todos são especialistas nas mais variadas áreas… Todos são melhores Dj’s, melhores RP’s e melhores gerentes dos que os que estão efectivamente no terreno.
Sabemos que falar é fácil, fazer é que nem sempre é tanto e é sempre isso que distingue os treinadores de bancada daqueles que dão o corpo ao manifesto, é isso que distingue os bons dos medíocres, é isso que marca a diferença ou te faz um entre muitos.

Na minha área nocturna, actualmente a do djiing, a paranóia potencia-se até ao limite: são os contos e ditos, são as mentiras, e a maledicência sem motivo e são as pseudo novas estrelas levadas ao colo por lobbies e outras estratégias manhosas … Em nada são capazes de inovar, mas aprendem rápido a afiar a língua e a soltar ataques a quem já cá anda… E até tem muitas coisas para partilhar.
Enerva-me, mas sobretudo entristece-me que não exista uma verdadeira união nesta classe, que só se caracteriza pela falta da mesma. Entristece-me que os Dj’s não se unam a defender os seus direitos, mas que percam tempo a criticar o trabalho uns dos outros. Por isso é que muitos deles nunca passam do medíocre: não só porque perdem tempo a mais a falar dos outros, como porque não arriscam o suficiente para serem únicos.

A crise está instalada, generalizada, por isso é de la palisse a verdade que diz que o publico se quer é divertir. Preciosismos técnicos à parte, DJ que não faz a festa não deixa marca. DJ que não inova acaba por ser só mais um (ou uma), mesmo que seja cabeça de cartaz no flyer que cada vez menos usam.

Já disse nestas mesmas páginas que há espaço para os estilos e características de todos, verdade em que acredito tanto como acredito na magia da música e em momentos únicos por ela patrocinados.

Agora que o Verão já passou e regressamos ao trabalho e à vida real poupem-se a maledicências pois são elas que continuam a fazer de Portugal e de muitos portugueses um povo atrasado e retrógrada. Há gostos e gostos e já vi muitos donos da verdade serem rapidamente colocados no banco dos suplentes onde só fazem o que realmente sabem fazer: falar mal, sem lobbie que lhes valha. Não, não é um recado: só uma sugestão de quem tem tanto para fazer na vida, que a noite é só uma parte dela e nunca toda a vida em si.

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