quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Do coração

De todas as crónicas escritas com o coração nas mãos, esta é a primeira em que ele está no sitio certo. Feliz. Completo. E tão estupidamente inconsciente que até me faz sair sem maquilhagem!
Na verdade há muito que deixei cair a máscara de noites mal dormidas, na verdade há muito que gosto só de quem gosta de mim, na verdade há muito que confronto cobardias, na verdade há muito que me limito a ser só eu independemente do que os outros possam pensar.

Mas este é um novo estado, uma noa condição que faz ser e estar sem invejas, só com olhos para o meu coração deixando as mãos livres para o que mais são precisas: para as dar (e para massacrar os meus discos, também!)

Se é verdade que música é coração, espera-me um Outono feito de hinos, de soulful house e de sorrisos partilhados com a vida. Nos ouvidos cristalinos de um publico sempre atento espero que isso também se note. Nota 10 para este ano de 2009 em recta final. Não chegam os Obrigadas a quem está comigo no caminho, a quem me canta Music is The Answer, a quem sabe como gosto da minha vodka, a quem me obriga a contar compassos porque nunca se está perto demais da perfeição.

Entre as perdas e tudo o que ganhamos não há qualquer duvida que a beleza reside no caminho e nunca no destino em si. Porque esse podemos re-escrever sempre que nos dermos ao trabalho de mudar o que outros têm como certo para nós.
Impossible is nothing. E que esse seja o lema das noites que estão para vir.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Da maledicência.

Como no futebol, é à noite que todos são especialistas nas mais variadas áreas… Todos são melhores Dj’s, melhores RP’s e melhores gerentes dos que os que estão efectivamente no terreno.
Sabemos que falar é fácil, fazer é que nem sempre é tanto e é sempre isso que distingue os treinadores de bancada daqueles que dão o corpo ao manifesto, é isso que distingue os bons dos medíocres, é isso que marca a diferença ou te faz um entre muitos.

Na minha área nocturna, actualmente a do djiing, a paranóia potencia-se até ao limite: são os contos e ditos, são as mentiras, e a maledicência sem motivo e são as pseudo novas estrelas levadas ao colo por lobbies e outras estratégias manhosas … Em nada são capazes de inovar, mas aprendem rápido a afiar a língua e a soltar ataques a quem já cá anda… E até tem muitas coisas para partilhar.
Enerva-me, mas sobretudo entristece-me que não exista uma verdadeira união nesta classe, que só se caracteriza pela falta da mesma. Entristece-me que os Dj’s não se unam a defender os seus direitos, mas que percam tempo a criticar o trabalho uns dos outros. Por isso é que muitos deles nunca passam do medíocre: não só porque perdem tempo a mais a falar dos outros, como porque não arriscam o suficiente para serem únicos.

A crise está instalada, generalizada, por isso é de la palisse a verdade que diz que o publico se quer é divertir. Preciosismos técnicos à parte, DJ que não faz a festa não deixa marca. DJ que não inova acaba por ser só mais um (ou uma), mesmo que seja cabeça de cartaz no flyer que cada vez menos usam.

Já disse nestas mesmas páginas que há espaço para os estilos e características de todos, verdade em que acredito tanto como acredito na magia da música e em momentos únicos por ela patrocinados.

Agora que o Verão já passou e regressamos ao trabalho e à vida real poupem-se a maledicências pois são elas que continuam a fazer de Portugal e de muitos portugueses um povo atrasado e retrógrada. Há gostos e gostos e já vi muitos donos da verdade serem rapidamente colocados no banco dos suplentes onde só fazem o que realmente sabem fazer: falar mal, sem lobbie que lhes valha. Não, não é um recado: só uma sugestão de quem tem tanto para fazer na vida, que a noite é só uma parte dela e nunca toda a vida em si.

sábado, 20 de junho de 2009

Um género de… Cinderela

Não gosto de solha frita. Não gosto de água fria e não gosto de despedidas.
Não gosto do fim de noite, não gosto do fim de festa e não gosto dos primeiros raios de sol.
Não gosto quando me doem os pés. Não gosto de ter borbulhas a irromper por baixo da maquilhagem e não gosto de furar as meias naquela noite mais especial.
Não gosto de beber sem palha. Não gosto de shots pretos e não gosto de porteiros emproados.

Posto este meu desabafo, passo a papel uma atitude usual que tanto inquieta todos os meus amigos, como os conhecidos e inclusive os que não me gramam. Eu não gosto de despedidas (e de nenhuma das outras coisas da extensa lista acima exposta e que por motivos óbvios não vou replicar, pois não é minha intenção ser o vosso sonífero de serviço). Aliás, eu odeio despedidas de todo o tipo. Eu nunca digo adeus. Eu sou a miúda ao Até já, do Até logo.

Quando estou realmente no meu pior sou a do “Vou só ao WC”, “Embora, eu? Vou pousar a mala ao carro!” ou a melhor de todas: “Só um segundo que eu vou trocar para uns sapatos mais baixinhos” (como se isso existisse nos meus ensambles nocturnos).
Chama-se a isto sair à francesa e à muito boa gente que não gosta. Eu também não acho especialmente elegante, mas sempre é melhor que sair à francesa com uma tolada à Zidane, certo?

Eu não gosto mesmo de dizer adeus, em nada na minha vida. Isso explica o caos do meu armário, os meus 107 pares de sapatos e alguma outra tralha que não consigo sequer identificar a olho nu, mas à qual não consigo dizer adeus, já eras.
Sou assumidamente vintage (e nesta fase não compro nada que custe mais de 20 euros, também) o que me faz querer guardar as coisas mais antigas, como as chegadas, e não as partidas.

Não suporto ter de me despedir de todos os que gosto, adoro e amo (e de todas as que gosto, adoro e amo igualmente), sem me dar um ataque de melancolia tal que acabo só por beber mais um e mais cinco e, aí sim, ir-me embora.
Quando me despeço acontecem-me sempre coisas más: já estive a tentar falar para uma gaivota (mas a desnaturada não me respondeu!); já miei para gatos de variadas espécies e cores e ultimamente até tenho tentado parar na auto-estrada para fazer xixi de pé (e paro mesmo, mas não me parece um gesto natural além do que aquela ideia das pingas… em frente camaradas)!

O que diria o meu psicólogo se lesse isto? Nada, porque não tenho. Obviamente. Só não gosto de despedidas. Nem da piada da Cinderela que eu já perdi brincos e colares, roupa interior (ainda vá!), o cartão multibanco e até o perfume, mas se há coisa que nunca perderei será um sapato.

Por isso, na próxima que me virem sair á francesa não levem a mal. Saibam que estamos todos a evitar uma grande cena que faria rir qualquer nacionalidade. Eu sou assim, desaparecer é como chegar sempre atrasada: faz parte do meu charme natural, da minha aura de mistério, da minha (deixem-me pensar) dose de estupidez natural que faz com que os meus amigos já nem comentem, os conhecidos ainda perguntem e os que me odeiam rejubilem. Como vêem sou democrática, há um pedaço das minhas atitudes para todos os gostos.

Entretanto, lembrei-me agora, vou ali só trocar de sapatos e volto já, já.

terça-feira, 12 de maio de 2009

If in Doubt

Sempre gostei de contar histórias, embora ache que as estórias são sempre as que nos têm mais para dizer. Sou assim em tudo na vida ou não fosse a minha máxima uma velha frase jornalística aplicada aos dias que hoje corremos: “If in doubt, live it out”.

Por isso, por gostar dessas estórias é que não concordo com essa máxima comum e dita pela maioria que o set de um DJ tem de ser uma progressão, que um set perfeito começa no deep e acaba no progressivo. Mas que grande pseudo-chachada !
Ultimamente tenho visto de tudo, DJ’s que tocam mixes acertados em casa, DJ’s que usam o Genius do iTunes para escolher um género de playlist e DJ’s que levam cábulas coladas em CD’s para que nada falhe… São tácticas em prol do publico, e por mim… Está tudo bem. Só não me queiram meter na cabeça que um bom DJ é o que evolui num set, porque isso me parece do mais monótono que pode haver.

Não sei exactamente a fórmula que pode fazer (ou não) um bom DJ, além do que tenho dito nestas mesmas páginas nos últimos meses, mas além de um entertainer, não acho que um DJ tenha de começar a tocar “baixinho” para só explodir quando o seu público já está mais cansado do que entusiasmado.
A magia, se alguns de nós ainda acreditam nela mais do que na precisão técnica, está em tocar com o coração. A música é, acima de qualquer outra coisa, um processo emocional por isso tentar aplicar-lhe a racionalidade de claras a crescer em castelo é, claramente embandeirar em arco e sair da noite sem as donzelas ganhas.

Existe, obviamente, uma ligação lógica entre determinadas malhas, mas desde quando é que os DJ’s se esquecerem que desconstruir pode ser uma mais-valia e realmente fazer a diferença? Ouço muita gente nova a querer entrar neste mercado e a afirmar que nunca tem uma oportunidade… E porque? Porque muitas vezes se limitam a copiar alinhamentos e as formas de tocar dos DJ’s que admiram… e acreditem uma cópia, nunca, nunca é melhor do que o original. Eu ainda acredito que há espaço para toda a gente… sobretudo para aqueles que estão dispostos a contar estórias e não histórias! Para isso já chegam os ditos discos que começam e acabam no mesmo ponto, como que rodando sem nunca sair do lugar. E para se ser mais do que apenas medíocre, há que arriscar.


Há dias, num fórum sobre DJs chamaram-me “ridícula”. O elogio não podia ser maior. Porque nos meus sets há sempre muito coração e porque eu amo o que faço. E claro, todos os amores têm o seu quê de ridículo. E depois…já sabem, esta crónica acaba como começou: “If in doubt, live it out”. Para os sets ficam as surpresas sempre com o coração a comandar os beats. Sim, é ao ritmo da música que bate o meu coração.

sábado, 21 de março de 2009

Verão de Mossa!

Heroin Chic. Anoréctica. Ícone de estilo. Vodka Tónica… E foi preciso tanto tempo para reunir todos os sinónimos de Kate Moss.

Depois de James Bond, ela é possivelmente a agente mais perigosa ao serviço de sua majestade, a moda. Ironia do destino é descoberta ainda adolescente no aeroporto JFK e nesse tempo, Katie ainda, estava longe de adivinhar a Mossa que iria causar nos anos seguintes.

A anti super model dos anos 90, já posou para todas as marcas, para todos os fotógrafos famosos dando cara e corpo pelos produtos mais luxuosos do mundo. Mas não é pelas coisas que não podemos comprar que gostamos dela.
Depois da ascensão esperaríamos a inevitável queda, mas mesmo depois de ser apanhada com cocaína, mesmo depois da relação conturbada com Pete Doherthy, mesmo depois de todo o escândalo Kate Moss continua a ser a maior entre as grandes manequins do nosso tempo.

Eu, que não sou loira nem magra, adoro-a. Não pelo quer nos faz desejar sem existir cartão de crédito que o aguente. Não por ser amiga de Marc Jacobs. Não por ditar o que se veste e o que é para deixar no armário. Eu adoro a Kate Moss pela capacidade que tem de se manter real. Pelo ar perfeito e impecável com que entra nas festas… mas mais ainda pelo ar de party girl que mostra à saída. Por pisar firme as calçadas de uma Londres feita de excessos, apesar da avançada hora da manhã. E dos paparazzi. E das vodkas tónica.

Sim, que Kate Moss pode até fazer-nos acreditar que ficamos como ela de micro-calções e botins, mas o que ela inventou de melhor foram as Vodka Tónica. Não é um elogio ao álcool. È um elogio à vida. À boa vida! È que nos descobrimos o bebida perfeita meninas: sofisticada, fresca e leve! Exactamente como o Verão de 2009 que promete muitos tragos doces de musica e de festas. Muitas! Festas, claro. Quando a Vodkas… se conduzires não bebas, ou vai de táxi e aproveita para mostrar as pernas.
Ser loira e magra não é imperativo nos meses quentes que se avizinham, o que importa é sermos nós de bem com, e na nossa, pele. Bronzeada de preferência. Que é uma coisa que Miss Moss nunca irá conseguir.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Criaturas na noite

Depois da cabine, creio que o espaço que mais magnético de todo e qualquer Club é o balcão. Além de ser o topo de carreira para muitas manequins (e algumas pseudo também), é aquele local onde todas as outras mulheres desejam…. Dançar.

Já nem vale a pena falar do paupérrimo atendimento que é transversal a bares e clubs, e a coordenadas GPS, porque hoje estou só preocupada com a qualidade da dança que se pratica em cima dos pobres balcões e que pode mesmo cegar o olho incauto do utilizador comum que não saiu de casa para ser brindado com um espectáculo de depilação há anos 70.
Estão a imaginar? Pois, ainda bem: é que eu fui brindada com a imagem, não me limitei a imagina-la! E nem dos meus pesadelos mais cavernosos conseguia imaginar que era possível juntar tanta pilosidade à incapacidade de coordenar movimentos. Mas esta malta não anda a aprender nada com a MTV? Com os fatinhos da Lady Gaga? Com as coreografias da Beyoncé? (E ai de vocês que se travam a aprender alguma coisa com o Chris Brown!!!!)
Confirmam-se as minhas piores expectativas: se já são más atrás do balcão, com os seus ares enfezados de 48 quilos e a incapacidade de aprender a dizer “Boa Noite!”, em cima do balcão conseguem ainda ser piores sobretudo quando se esquecem que por baixo na minissaia há um território que todos nós queremos manter inexplorado. (bom, talvez não TODOS nós, mas eu certamente que sim!)


Dizem-me ao ouvido que sou eu que não estou a entender que a situação é Tectonic.
- “ Tecla que???”
Mas a ideia do Tectonic não é coordenar? È que até eu nas minhas idas (tão raras quanto suadas) idas ao ginásio consigo coordenar melhor os movimentos do step do que as aprendizes de feiticeiras de um composto etilicamente feito para esquecer.
É isso que peço assim que elas descem do balcão: exaustas e suadas com um ar ainda mais emproado. Era isso que estava a pedir nos últimos 20 minutos quando todas decidiram que dançar é que porreiro enquanto os clientes esperam, e esperam, e esperam…. E têm de tomar dois valiums para esquecer as imagens dessa noite.

E depois não me falem de crise, que esta foi experiência para me deixar dois meses sem vontade de sair do meu sofá novo… E nem é só pelo brinde “entranhas de moça que trabalha na noite” (adoro este “trabalha na noite”… como se na noite fosse uma coisa só para mentes superiores, como se na noite só possa trabalhar gente linda com ar de suspiro, e cabelo de sussurro ao vento), mas simplesmente porque ainda gosto de ser bem atendida e também quero dançar!!!! Afinal, foi para isso que vim aqui. Ah, e já agora, metam uma coisa na cabeça: quem vos paga o cachet somos nós, sim nós, aqueles que saem de casa sem andarem atrás da guest list. Por isso, depilem-se, coordenem-se, subam para cima do maldito balcão umas de cada vez e aí sim: let’s go girls. Quando a vocês homens, nem se atrevam! A não ser que eu consiga usar a vossa zona abdominal como tanque de lavar a roupa. Aí poderemos discutir os vossos passinhos de dança!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Os putos, os putos!

Está tudo muito bem. É tudo muito bonito. O club está lindo, a musica no topo e a minha residência cada vez mais pró. Profissional. Proactiva. Pro óptimo.(e não, não ando a ler O Segredo).


O pró-blema é a chegada a casa. Eu até entro bem, tiro os sapatos no primeiro degrau, subo devagarinho, abro a porta com mil cuidados e, sim sou das bem-comportadas, até tiro a maquilhagem e hidrato a pele com qualquer coisa de orquídea negra que me custou os olhos da cara , embora essa seja, exactamente, a área a evitar.
Uma perfeita manhã de sono aguarda-me, finalmente… E eis senão que… começa o programa da Lucy! É como chegar inversamente ao Inferno. É como se de repente todos os meus pesadelos retro-pop-kitsch se tornassem realidade ao som dos gritos estridentes dos meus pequenos, não obstante ruidosos e até creio que obesos, vizinhos de cima.

Ora no meu tempo, e isso foi na ultima década do século passado, os desenhos animados eram feitos para acalmar as crianças. Nos ficávamos horas (anos, até!!!!) perdidos entre a Heidi e a Rua Sesámo com espreitadelas ao Tom Saywer e ao Bocas! Os desenhos animados não tinham como objectivo qualquer actividade física frenética. A verdade, é que no meu tempo, os desenhos animados eram feitos para nos por quietos. Eu via os desenhos animados na cama, não aos pinchos frenéticos no quarto de brincar. Até mesmo porque eu nem tinha quarto só meu!!!!
É injusto, e nem é para eles: é para mim!!!! Esta criançada de hoje em dia tem tudo: hamburgers (que eu também já não posso comer, pelo menos se pretender vestir um biquíni no próximo Verão), playstations (nem sei jogar, e nem as cor-de-rosa me convencem) e desenhos animados com apresentadoras vestidas como se fosse Carnaval todo o ano!
Eu acho que é esta ultima parte que lhes faz mal: potencia-lhes a testosterona e deixa os putos com mais energia do que uma palete de Red Bull, passo a publicidade à bebida e à apresentadora!
Um destes dias, inícios de dias, inclusivamente, perdi a cabeça e resolvi ler os estatutos do condomínio enquanto preparava a vassoura, e não, não era para voar para longe daqui: era para ir reclamar à porta dos diabretes! Foi remédio santo, adormeci no terceiro parágrafo, embora tenha lutado durante todo o meu sono com as imagens da Luciana Abreu em formato de mega-xuxa.

“- Bom, bom era que isto da Lucy fosse depois da hora do almoço, para toda a gente puder ver!”, diz o meu pai enquanto eu abro o olho e penso….Não há duvida, quanto mais velhos, mais babões. Preciso urgentemente de pintar o meu apartamento! E já agora, defensores dos pequenotes fiquem a saber mais uma coisinha: o melhor do mundo não são as crianças, o melhor do mundo é o Cristiano Ronaldo. E com esse até eu ia à bola, mesmo que só fossem 10h15 da manha!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Take That, DJ!

Ele sempre foi o meu favorito, e embora não tenha regresso com os quatro, como quem grita “Take That!”, para mim Robbie Williams é mesmo o senhor. Entretenimento. Puro. Como na cabine também deve ser.

Perguntam-me muitas vezes porque é que alguns Dj’s chegam lá e outros nem tanto.
Perguntam-me até como é que replicando os mesmos temas na mesma ordem uns são reis e outros apenas lacaios de um império musical que não quer ninguém sentado no trono, porque é a dançar que se consegue a coroa.

A palavra é comum, curta e transversal a várias áreas da sociedade: carisma. Há os que têm e os que não têm. Há os que tentam fingir, os que copiam e os que simplesmente mantêm os olhos na parafernália de botões que têm de dominar e se esquecem que “quem não comunica, se estripa!”.

O ano que acaba de dizer adeus teve um pouco de tudo, prémios merecidos, passagens dos melhores do mundo por Portugal, namoros de Dj’s com celebridades e a consolidação de alguns nomes no mercado que além da técnica e do gosto musical, dominam realmente essa que é a arte de comunicar. Assim num género de “Take That! Aprendam que eu não duro sempre e olhar nos olhos o publico que se tem à frente é meio caminho andado para ganhar a multidão!”

É que… quando saímos de casa dispostos a ouvir um DJ, queremos musica, sim, mas queremos mais do que isso, puder ver o artista em questão. E não queremos ver um Dj triste e deprimido. Queremos festa. A festa pura. As palmas, os refrões cantados aos gritos, os braços no ar: um conceito total de entretenimento.
É por isso que há os que sobem cada vez mais degraus, nacional e internacionalmente, e os que se perdem entre discos e técnicas que, embora essenciais, não chegam para marcar a diferença. E estes, os que a marcam, fazem história num país de naturais maldizentes velhos do Restelo aos quais só restam restolhos de fama e nenhum proveito.

Aproveito, para afirmar que um Dj o é mais completo quanto mais comunicar com o seu publico. Porque a música não é um canal único. A música tem um emissor e um receptor e os pólos têm de estar em sintonia para que possamos chegar a casa com aquela sensação que nos faz dizer: “esta noite é que foi!”.

Esta é a frase que eu quero repetir todas as noites até ao final de 2009, e se pelo caminho alguém me conseguir um autógrafo do Robbie Williams ficarei eternamente agradecida. E que além de comunicador, amigos, aquilo é que é um pedaço… de carne! (e não o que a minha mãe compra no talho!!!!)